When Marcus Garvey died in 1940 the role of the British Empire was already being challenged by India and the rising expectations of her African colonies. Marcus Garvey's avocation of African redemption and the restoration of the African state's sovereign political entity in world affairs was still a dream without fulfillment.
After the bombing of Pearl Harbor, December 7, 1941, the United States would enter, in a formal way, what had been up to that date strictly a European conflict. Marcus Garvey's prophesy about the European scramble to maintain dominance over the whole world was now a reality.
The people of Africa and Asia had joined in this conflict but with different hopes, different dreams and many misgivings. Africans throughout the colonial world were mounting campaigns against this system which had robbed them of their nation-ness and their basic human-ness.
The discovery and the reconsideration of the teachings of the honorable Marcus Mosiah Garvey were being rediscovered and reconsidered by a large number of African people as this world conflict deepened.
In 1945, when World War II was drawing to a close the 5th Pan-African Congress was called in Manchester, England. Some of the conventioneers were: George Padmore, Kwame Nkrumah, W.E.B. Dubois, Nnamdi Azikiwe of Nigeria, and Jomo Kenyatta of Kenya. Up to this time the previous Pan-African Congresses had mainly called for improvements in the educational status of the Africans in the colonies so that they would be prepared for self-rule when independence eventually came. The Pan-African Congress in Manchester was radically different from all of the other congresses.
For the first time Africans from Africa, Africans from the Caribbean and Africans from the United States had come together and designed a program for the future independence of Africa. Those who attended the conference were of many political persuasions and different ideologies, yet the teachings of Marcus Garvey were the main ideological basis for the 5th Pan-African Congress in Manchester, England in 1945.
Some of the conveners of this congress would return to Africa in the ensuing years to eventually lead their respective nations toward independence and beyond. In 1947, a Ghanaian student who had studied ten years in the United States, Dr. Kwame Nkrumah returned to Ghana on the invitation of Joseph B. Danquah, his former schoolmaster. Nkrumah would later become Prime Minister. In his fight for the complete independence for the Gold Coast later to be known as Ghana, Kwame Nkrumah acknowledged his political indebtedness to the political teachings of Marcus Garvey.
On September 7, 1957, Ghana became a free self-governing nation, the first member of the British Commonwealth of Nations to become self-governing. Ghana would later develop a Black Star Line patterned after the maritime dreams of Marcus Garvey. My point here is that the African Independence Explosion, which started with the independence of Ghana, was symbolically and figuratively bringing the hopes of Marcus Garvey alive. In the Caribbean Islands the concept of Federation and Political union of all the islands was now being looked upon as a realizable possibility. Some constitutional reforms and changing attitudes, born of this awareness, were improving the life of the people of these islands. In the United States the Supreme Court's decision of 1954, outlawing segregation in school systems was greeted with mixed feelings of hope and skepticism by African-Americans.
A year after this decision the Montgomery Bus Boycott, the Freedom Rides and the demand for equal pay for Black teachers that subsequently became a demand for equal education for all, would become part of the central force that would set the fight for liberation in motion. The enemies of Africans, the world over were gathering their counter-forces while a large number of them pretended to be sympathetic to the African's cause. Some of these pretenders, both Black and White, were F.B.I. and other agents of the government whose mission it was to frustrate and destroy the Civil Rights Movement. In a different way the same thing was happening in Africa.
The coups and counter-coups kept most African states from developing into the strong independent and sovereign states they had hoped to become. While the Africans had gained control over their state's apparatus, the colonialist' s still controlled the economic apparatus of most African states. Africans were discovering to their amazement that a large number of the Africans, who had studied abroad were a detriment to the aims and goals of their nation. None of them had been trained to rule an African state by the use of the best of African traditional forms and strategies. As a result African states, in the main, became imitations of European states and most of their leaders could justifiably be called Europeans with black faces. They came to power without improving the lot of their people and these elitist governments continue until this day.
In most cases what went wrong was that as these leaders failed to learn the lessons of self-reliance and power preparation as advocated by Marcus Garvey and in different ways by Booker T. Washington, W.E.B Dubois, Elijah Muhammad and Malcolm X. Africa became infiltrated by foreign agents. Africans had forgotten, if they knew at all, that Africa is the world's richest continent, repository of the greatest mineral wealth in the world. They had not asked themselves nor answered the most critical question. If Africa is the world's richest continent, why is it so full of poor people? Marcus Garvey advocated that Africans control the wealth of Africa. He taught that control, control of resources, control of self, control of nation, requires preparation, Garveyism was about total preparation. There is still no unified force in Africa calling attention to the need for this kind of preparation. This preparation calls for a new kind of education if Africans are to face the reality of their survival.
By John Henrik Clarke
Contribuição de um Blacknificient.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
De regresso à (actual) Addis Ababa ...
PARTE I - Em honra e homenagem ao grande líder africano, Rei dos Reis, Sua Majestade, Haile Selassié, o primeiro, descendente de Davi ...
Vinte três de julho é o dia de nascimento do imperador de Ethiópia, Sua Majestade Hailé Sellassié I, descendente de Davi, que sempre preocupou-se em manter a aliança feita com Deus, pregando a espiritualidade em detrimento da religião, esclarecendo que devemos resgatar a Espiritualidade pois ela é o conjunto de regras ditadas por Deus enquanto a Religião, um conjunto de regras ditadas pelo Homem. Pelo que devemos todos nos esforçar para seguir o caminho da verdade e da rectidão, sem nos preocupar-mos com a cor da pele ou do dinheiro.
Ensina-nos que os homens não devem venerar a imagem de um Homem, mas sim a do Todo Poderoso, em espírito e na verdade. Que «é necessário conduzir do jeito que fomos ensinados pela Bíblia».
*
PARTE II - Quando pequena subtraia notas de moedas estrangeiras da carteira da minha mãe para coleccionar. Consegui de Tanzânia, Quénia e Ethiópia. A minha mãe sempre dizia-me que Ethiópia não se parece com a imagem divulgada pelos meios de comunicação. Ela dizia-me ter visto muita beleza e fartura, e sempre trazia-nos produtos artesanais lindos.
Durante a minha juventude soube que Cabo Verde é Ethiópia, e que Ethiópia era como se chamava todo o continente africano depois da chegada dos europeus. Que, por sua vez, o continente africano se chamava Alkebulan ou jardim de Edén. E, passei a sentir-me alkebulana e não apenas cabo-verdiana. Procurei a nossa beleza e encontrei-a, a nossa cultura e vivi-a ORGULHOSA, e a nossa história, obtive-a.
A primeira vez que viajei para o nosso Continente africano, estava entusiasmada, não me importava com a pobreza, as inundações, a fome e a doença, os crimes, só interessavam-me as árvores, o solo, o sol, o céu, as estrelas, o ar, o cheiro, as cores, os produtos, a beleza das pessoas. Nas outras vezes procurei as mesmas coisas e nesta última, à Addis Ababa, a nossa motivação espiritual.
Cheguei na Ethiópia com a vontade e o plano de conhecer os locais onde albergam a nossa história (museus, fundações), os nossos produtos, algodão puro, prata típica, e os símbolos. Não sabia era que tinham pessoas predestinadas a dificultar-me lograr este intento. Chegara até aí e as coisas sucederiam apenas conforme a minha determinação e a misericórdia de Deus. Uns cabo-verdianos ali residentes dizeram-me que os museus estão sempre fechados, as igrejas impenetravéis, os locais históricos distantes, o Rei dos Reis, Sua Majestade Hailé Selassié, descendente de Davi, feiticeiro e opressor do seu próprio povo (Dá para acreditar?).
Todos os dias, metiam-me no carro, como, quase, uma princesa babilónica, e dirigia-mos a Addis Ababa para ver, acreditem, apenas computadores e seus acessórios em centros comerciais, para depois, à tardinha, retornar-mos à casa, exaustos e mais um dia em Addis Ababa - Ethiópia, quase resignada com o seu cheiro, sol, ovelhas e pessoas, aparentemente assustadas. No dia seguinte, sempre, a mesma trajetória.
Pedi pouco, apenas a nossa história, e obtive nada. Esgotada, decidi procurar tais locais, sozinha. Levantei-me cedo, sai com as pessoas que íam para o trabalho, pedi para ser colocada no Museu de Addis e lá encontrei muita beleza, cultura e história, embora o pouco tempo.
Aproveitamos a máquina fotográfica e tiramos fotos de tudo o possível e combinámos, eu e o guia turístico, o Chapi, dele enviar-nos, conforme solicitação, os conteúdos da história.
Antes publicaramos, um pouco sobre a nossa ancestral Lucy, hoje deleito-vos com as fotos (amadores) do quotidiano da actual Addis Ababa e do Museu onde preserva, ainda, alguma história da nossa ancestralidade africana.
Por Abenaa.
Vinte três de julho é o dia de nascimento do imperador de Ethiópia, Sua Majestade Hailé Sellassié I, descendente de Davi, que sempre preocupou-se em manter a aliança feita com Deus, pregando a espiritualidade em detrimento da religião, esclarecendo que devemos resgatar a Espiritualidade pois ela é o conjunto de regras ditadas por Deus enquanto a Religião, um conjunto de regras ditadas pelo Homem. Pelo que devemos todos nos esforçar para seguir o caminho da verdade e da rectidão, sem nos preocupar-mos com a cor da pele ou do dinheiro.
Ensina-nos que os homens não devem venerar a imagem de um Homem, mas sim a do Todo Poderoso, em espírito e na verdade. Que «é necessário conduzir do jeito que fomos ensinados pela Bíblia».
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PARTE II - Quando pequena subtraia notas de moedas estrangeiras da carteira da minha mãe para coleccionar. Consegui de Tanzânia, Quénia e Ethiópia. A minha mãe sempre dizia-me que Ethiópia não se parece com a imagem divulgada pelos meios de comunicação. Ela dizia-me ter visto muita beleza e fartura, e sempre trazia-nos produtos artesanais lindos.
Durante a minha juventude soube que Cabo Verde é Ethiópia, e que Ethiópia era como se chamava todo o continente africano depois da chegada dos europeus. Que, por sua vez, o continente africano se chamava Alkebulan ou jardim de Edén. E, passei a sentir-me alkebulana e não apenas cabo-verdiana. Procurei a nossa beleza e encontrei-a, a nossa cultura e vivi-a ORGULHOSA, e a nossa história, obtive-a.
A primeira vez que viajei para o nosso Continente africano, estava entusiasmada, não me importava com a pobreza, as inundações, a fome e a doença, os crimes, só interessavam-me as árvores, o solo, o sol, o céu, as estrelas, o ar, o cheiro, as cores, os produtos, a beleza das pessoas. Nas outras vezes procurei as mesmas coisas e nesta última, à Addis Ababa, a nossa motivação espiritual.
Cheguei na Ethiópia com a vontade e o plano de conhecer os locais onde albergam a nossa história (museus, fundações), os nossos produtos, algodão puro, prata típica, e os símbolos. Não sabia era que tinham pessoas predestinadas a dificultar-me lograr este intento. Chegara até aí e as coisas sucederiam apenas conforme a minha determinação e a misericórdia de Deus. Uns cabo-verdianos ali residentes dizeram-me que os museus estão sempre fechados, as igrejas impenetravéis, os locais históricos distantes, o Rei dos Reis, Sua Majestade Hailé Selassié, descendente de Davi, feiticeiro e opressor do seu próprio povo (Dá para acreditar?).
Todos os dias, metiam-me no carro, como, quase, uma princesa babilónica, e dirigia-mos a Addis Ababa para ver, acreditem, apenas computadores e seus acessórios em centros comerciais, para depois, à tardinha, retornar-mos à casa, exaustos e mais um dia em Addis Ababa - Ethiópia, quase resignada com o seu cheiro, sol, ovelhas e pessoas, aparentemente assustadas. No dia seguinte, sempre, a mesma trajetória.
Pedi pouco, apenas a nossa história, e obtive nada. Esgotada, decidi procurar tais locais, sozinha. Levantei-me cedo, sai com as pessoas que íam para o trabalho, pedi para ser colocada no Museu de Addis e lá encontrei muita beleza, cultura e história, embora o pouco tempo.
Aproveitamos a máquina fotográfica e tiramos fotos de tudo o possível e combinámos, eu e o guia turístico, o Chapi, dele enviar-nos, conforme solicitação, os conteúdos da história.
Antes publicaramos, um pouco sobre a nossa ancestral Lucy, hoje deleito-vos com as fotos (amadores) do quotidiano da actual Addis Ababa e do Museu onde preserva, ainda, alguma história da nossa ancestralidade africana.
Por Abenaa.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Sobre a Poligamia
Sempre soube que a Poligamia é um regime familiar, em que o homem tem várias mulheres de esposas, ao mesmo tempo. Num convívio muitas vezes solicitadas pelas próprias mulheres que cansadas dos afazeres domésticos e das gravidezes, pede ao marido para contrair outro matrimónio. Logo, há um assentimento tácito da primeira mulher para o seu esposo procurar e casar com uma segunda mulher. A primeira mulher é a rainha dentre as esposas, o seu primeiro filho varão será o herdeiro directo do trono do pai. As mulheres convivem-se e solidárias uma com a outra. Para elas arranjar um marido era questão de honra, dignidade e sustento. Honra porque a sociedade despreza a mulher solteira, dignidade e sustento por causa da pobreza, ainda mais exacerbada para a mulher que era mais dificil conseguir um emprego. Todo o sistema poligámico, sua existência, estava condicionado a uma exigência moral e social e a demanda de um desenvolvimento sócio-económico. Sendo estas as suas bases.
Manteve-se por crença e, diz-se, para reduzir o número de mulheres solteiras e em consequente proporcionar o seu respeito e a sua dignidade e de toda a comunidade em que estão inseridas. Ainda para garantir uma maior produção familiar de alimentos e riquezas.
Importa ressaltar, a estas mulheres é concedido o direito de aceitar tal sistema familiar. Se a mulher não é fruto deste sistema ela não consegue aceitar, e talvez nem conseguirá sobrevivê-lo.
Em Cabo Verde, homens, descendentes de portugueses, perpetuam o hábito herdado de “arrecadar” várias mulheres. Só que, há uma diferença, as mulheres, em Cabo Verde, desconhecem tal facto, ou seja, que estão dentro deste sistema e como um dos autores principais, e do direito de que têm de aceitá-lo ou não. Outras quando chegam a saber abandonam o relacionamento, assim, passando de mãos em mãos (lembrou-me uma música brasileira). E têm outras que sem alternativa económica e principalmente social, que as estigmatiza, mantém no relacionamento desequilibrado.
Esta última é considerada pela Psicologia uma patologia, inclusive referente àquelas mulheres que sofrem maus-tratos físicos e psíquicos e mesmo assim permanecem na relação. – E QUANTO À PROLIFERAÇÃO E PERPETUAÇÃO DA VIOLÊNCIA???
Assim, em Cabo Verde, vive-se tal sistema de forma informal, sem ser a institucional (assim designado num documento feito por solicitação do Instituto Caboverdiano da Criança e do Adolescente quando ainda era Instituto Caboverdiano de Menores). Só que os homens sustentam a poligamia informal sexual (grifo nosso), baseada na satisfação/libertação sexual. Notório que uma grande parcela de mulheres o têm permitido. Bom pelo menos elas têm consciência, mesmo que parcial, da sua realidade.
Custa mais, em relação àquelas mulheres que não escolheram, quer seja imagiram, pediram, ou aceitaram a Poligamia. Àquelas que foram premeditamente encruzilhadas, sem nunca conhecerem ou desconfiarem que estavam dentro de um sistema poligámico.
Estórias são constantemente verbalizadas, planos são constantemente imaginados para, que os homens, alcançassem as suas metas e as mulheres marimbadas.
Homens têm que diz amar-te tanto que até chora ao dizê-lo só para tirar a tua virgindade, outro que faz-te sua melhor amiga, presente em todos, os bons e difíceis, momentos, e, aqueles, the last but not the least, que desavergonhadamente tramam estórias, aniquilando a tradição oral e todo o equilíbrio da natureza. Homens capazes e competentes para enganar, iludirem e seduzi-la.
Tudo acontece por a Mulher não reflectir sobre o seu papel no Universo (plano vertical) e na sociedade (plano horizontal). Que não são as Histórias e Estórias contadas, esteréotipos, mas MULHERES, assim como foram a Hatshepsut, Maat, Nerfitiri, Tye, Nzinga, Shakur, Sheba, Yaa Asantewa, Isis, e muitas outras candaces (RAINHAS).
A rainha Afua diz que as mulheres são sagradas e como tal devem se comportar. Não podem estar numa relação a sofrer, mas a complementar-se com o seu esposo. Mulher e Homem são UM, representantes da Unidade, Dualidade e Trindade. Amantes do respeito e do equilíbrio, reis e rainhas, Adão e Eva do Universo, pai e mãe da humanidade.
Portanto, mesmo perante as constantes falsidades perpetuadas pelos homens contra as mulheres e às vezes pelas próprias mulheres, continuem a amar e a perpetuar o amor, cientes na vitória do bem sobre o mal. Importa sim resgatar o Respeito, a Lealdade, a Igualdade, Equidade, Balanço, Equilíbrio, Direito, Ordem, e consequentemente a Verdade e a Dignidade ancestrais.
É preciso combater a falta de carácter, o pai hipócrita que viola a própria filha e negligencia a sua saúde, sustento, vestuário e habitação, humilha e vilipendia a própria mulher, desprezando os seus mistérios e valores ...
Entretanto, há homem que sabe tratar uma/sua mulher como uma verdadeira Rainha, conhece e reconhece a sua essência divina e por isso a maltrata. As mulheres precisam preparar-se, principalmente, para este homem.
As mulheres precisam educar-se/aprender para melhor educar/ensinar, construir, uma humanidade de homens e mulheres autênticos, e, assim, alcançar o equilibrio da natureza.
Se for para continuar a falar, de homens e mulheres, detenho muitas poesias de dor e felicidade, dores que realmente pesam e felicidades que integralmente alegram, entretanto permitam-me aludir a poesia de Dina Salústio (ver artigo de 07 de Março de 2009 - Foram as dores que o mataram), pois melhor reflecte estes meus ambíguos sentimentos, e outros, encurtando assim este desabafo.
Por Abenaa.
Manteve-se por crença e, diz-se, para reduzir o número de mulheres solteiras e em consequente proporcionar o seu respeito e a sua dignidade e de toda a comunidade em que estão inseridas. Ainda para garantir uma maior produção familiar de alimentos e riquezas.
Importa ressaltar, a estas mulheres é concedido o direito de aceitar tal sistema familiar. Se a mulher não é fruto deste sistema ela não consegue aceitar, e talvez nem conseguirá sobrevivê-lo.
Em Cabo Verde, homens, descendentes de portugueses, perpetuam o hábito herdado de “arrecadar” várias mulheres. Só que, há uma diferença, as mulheres, em Cabo Verde, desconhecem tal facto, ou seja, que estão dentro deste sistema e como um dos autores principais, e do direito de que têm de aceitá-lo ou não. Outras quando chegam a saber abandonam o relacionamento, assim, passando de mãos em mãos (lembrou-me uma música brasileira). E têm outras que sem alternativa económica e principalmente social, que as estigmatiza, mantém no relacionamento desequilibrado.
Esta última é considerada pela Psicologia uma patologia, inclusive referente àquelas mulheres que sofrem maus-tratos físicos e psíquicos e mesmo assim permanecem na relação. – E QUANTO À PROLIFERAÇÃO E PERPETUAÇÃO DA VIOLÊNCIA???
Assim, em Cabo Verde, vive-se tal sistema de forma informal, sem ser a institucional (assim designado num documento feito por solicitação do Instituto Caboverdiano da Criança e do Adolescente quando ainda era Instituto Caboverdiano de Menores). Só que os homens sustentam a poligamia informal sexual (grifo nosso), baseada na satisfação/libertação sexual. Notório que uma grande parcela de mulheres o têm permitido. Bom pelo menos elas têm consciência, mesmo que parcial, da sua realidade.
Custa mais, em relação àquelas mulheres que não escolheram, quer seja imagiram, pediram, ou aceitaram a Poligamia. Àquelas que foram premeditamente encruzilhadas, sem nunca conhecerem ou desconfiarem que estavam dentro de um sistema poligámico.
Estórias são constantemente verbalizadas, planos são constantemente imaginados para, que os homens, alcançassem as suas metas e as mulheres marimbadas.
Homens têm que diz amar-te tanto que até chora ao dizê-lo só para tirar a tua virgindade, outro que faz-te sua melhor amiga, presente em todos, os bons e difíceis, momentos, e, aqueles, the last but not the least, que desavergonhadamente tramam estórias, aniquilando a tradição oral e todo o equilíbrio da natureza. Homens capazes e competentes para enganar, iludirem e seduzi-la.
Tudo acontece por a Mulher não reflectir sobre o seu papel no Universo (plano vertical) e na sociedade (plano horizontal). Que não são as Histórias e Estórias contadas, esteréotipos, mas MULHERES, assim como foram a Hatshepsut, Maat, Nerfitiri, Tye, Nzinga, Shakur, Sheba, Yaa Asantewa, Isis, e muitas outras candaces (RAINHAS).
A rainha Afua diz que as mulheres são sagradas e como tal devem se comportar. Não podem estar numa relação a sofrer, mas a complementar-se com o seu esposo. Mulher e Homem são UM, representantes da Unidade, Dualidade e Trindade. Amantes do respeito e do equilíbrio, reis e rainhas, Adão e Eva do Universo, pai e mãe da humanidade.
Portanto, mesmo perante as constantes falsidades perpetuadas pelos homens contra as mulheres e às vezes pelas próprias mulheres, continuem a amar e a perpetuar o amor, cientes na vitória do bem sobre o mal. Importa sim resgatar o Respeito, a Lealdade, a Igualdade, Equidade, Balanço, Equilíbrio, Direito, Ordem, e consequentemente a Verdade e a Dignidade ancestrais.
É preciso combater a falta de carácter, o pai hipócrita que viola a própria filha e negligencia a sua saúde, sustento, vestuário e habitação, humilha e vilipendia a própria mulher, desprezando os seus mistérios e valores ...
Entretanto, há homem que sabe tratar uma/sua mulher como uma verdadeira Rainha, conhece e reconhece a sua essência divina e por isso a maltrata. As mulheres precisam preparar-se, principalmente, para este homem.
As mulheres precisam educar-se/aprender para melhor educar/ensinar, construir, uma humanidade de homens e mulheres autênticos, e, assim, alcançar o equilibrio da natureza.
Se for para continuar a falar, de homens e mulheres, detenho muitas poesias de dor e felicidade, dores que realmente pesam e felicidades que integralmente alegram, entretanto permitam-me aludir a poesia de Dina Salústio (ver artigo de 07 de Março de 2009 - Foram as dores que o mataram), pois melhor reflecte estes meus ambíguos sentimentos, e outros, encurtando assim este desabafo.
Por Abenaa.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Obama Brings International State Terrorism to Ghana
Unfortunately many Ghanaians are being deceived by Barack Obama’s presidency and his scheduled tour to Ghana . Many Ghanaians think that Obama will be coming to help develop the country, provide money or establish friendly relationships with Ghana . All three reasons are far from the truth. The truth of the matter is the U.S. has economic interest in Ghana , which they must guard militarily. This economic interest and military action presupposes political control. The implementation of U.S. political control of Ghana is predicated upon terrorizing the leadership, and consequently the Ghanaian masses out of their resources.
Terrorism is defined as the use of organized intimidation systematically to evoke extreme, intense and overpowering fear with violence or the threat of violence. Obama represents a country, from its inception that waged state and international state terrorism against African countries and Ghana , aimed at intimidating them to the point of dispensing of their human and material resources; through slave raiding.
Through the Africa Command (Africom) which became fully operational October 2008, by the Bush administration, terrorism is now being carried out by Obama in Africa . Although the U.S. foreign policy makers have stated, “Africom is about helping Africans build greater capacity to assure their own security” the actual fact is the U.S. plans to manipulate African militaries against their own people and interest.
Assuring African security is another fabrication of the truth because the U.S. has never helped Africans, much less African countries, become more secure. Africans in America have been terrorized by such groups as the Klu Klux Klan for over 100 years, and the U.S. government never took one step, passed one law, outlawing the organization, or ending the violence committed against African people. Even after chattel slavery the U.S. government facilitated the Black Codes, which supported the Klu Klux Klans reign of terror on African people.
The U.S. was conceived in terrorism by murdering over 100 million “Indians” Indigenous People of the Western Hemisphere, and by destroying families and villages throughout Africa with the slave raid. As a consequence, Africans were enslaved for over 300 years and over 100 million Africans lost their lives in Africa, during the middle passage, and on America ’s plantations – NAKED TERRORISM!!!
The U.S. has supported Mobutu of Zaire (1965-1997), Houphet Boigny of Cote D’Ivoire (1960-1993), Ian Smith of Rhodesia, now Zimbabwe (1953-1980), Said Barre of Somalia (1978-1991), Arap Moi of Kenya (1978-2003), Hastings Banda of Malawi (1962-1995), Omar Bongo of Gabon (1967-2009), and the military support given to the racist apartheid regime of South Africa (1910-1994) in which hundreds of thousands of Africans were tortured, raped, and murdered in cold blood.
The (CIA) Central Intelligence Agency of the U.S. has trained and armed reactionary movements that have murdered millions of Africans. These movements are and were directed toward the overthrow of legitimate governments in Africa . For example, Jonas Savimbi of UNITA in Angola, Afonso Dhlakama of Renamo in Mozambique, and the Selous Scouts in Zimbabwe. Since 1950, there have been 186 military coups in Africa , and 26 wars with many of them inspired by the CIA. In 1966, the CIA violently overthrew our first President Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah. Today Obama is covering up the torture by CIA interrogators in Guantanamo Bay , Cuba .
The CIA murdered Congolese Prime Minister Patrice Lumumba and aided BOSS, apartheid South Africa’s secret service, in the capture of Nelson Mandela which took 27 years of his life and forestalled the ending of apartheid. The irony of this is the U.S. labeled Nelson Mandela and other African National Congress (ANC) leadership as terrorists, while they were supporting the Apartheid government’s terrorism against Africans in Azania South Africa .
The CIA sought to overthrow the Revolutionary Republic of Guinea in 1970, by aiding the Portuguese invasion of the country, which was aimed at murdering President Sekou Toure and co-President of Guinea at the time, Dr. Kwame Nkrumah. They planned to also murder the Pan Africanist and Revolutionary, Amilcar Cabral, of the African Independence Party of Guinea and the Cape Verde Islands (PAIGC), Kwame Ture of the All African People’s Revolutionary Party and leader of the Black Power Movement in the U.S., and his wife Miriam Makeba, Africa’s premier revolutionary songstress—who recently died, may her soul rest in peace.
The U.S. shot down two Libyan jets on August 21, 1981, and bombed Tripoli and Benghazi on April 14, 1986, in an attempt to kill Qaddafi. The bombing killed Qaddafi’s daughter, Hanna, and were attempts to destabilize Libya (the country with the highest living standard in Africa ). In 1989, the U.S. shot down two Libyan jets. In August 1998, the U.S. launched a number of cruise missile attacks on Khartoum , Sudan , killing innocent women, children, and babies. In December 1992, the U.S. invaded Somalia with 28,000 troops, slaughtering innocent women, children, babies, and elderly people, looking for a fictitious warlord who never raised one finger against America . In April 2007, the U.S. bombed Somalia from off its coast, along with using Meles Zenawi in the same year to invade Somalia , causing untold damage to the country and the loss of many lives. The U.S. has imposed sanctions on Zimbabwe because Africans have taken their land back from a white racist illegal settler regime. Obama has continued the sanctions against Zimbabwe ’s elected government, while he hasn’t imposed sanctions on the illegal military coup makers in Honduras , lead by General Romeo Vasquez, who was trained by the U.S. military in the “School of the America ’s.”
Obama is obligated to continue this U.S. foreign policy, which is international state terrorism, because he represents the American capitalist class, who has tentacles of exploitation in countries world wide. It is this interest of the capitalist class and the protection of their profits, which is the reason for all of the terroristic violence that has plagued Africa, which is what Obama will advance when he tours Ghana .
When Israel invaded Palestine in January 2009, it was with Obama’s full approval. Over 1,500 Palestinians died in one week, and hundreds of thousands have been systematically murdered and tortured over the years at the hands of the illegal white supremacist settler colonialist Zionist state of Israel .
Obama even laid a reef at the holocaust memorial in 2009 for Jews that were murdered during WWII by Hitler, although Hitler murdered them with the help of some Zionist organizations and agencies who are running the state of Israel today (read Ben Hecht’s book, Perfidy). In the same vein he has no remorse for the Palestinians who are being massacred by the terrorist state of Israel . This provides evidence of how Obama supports racism, even against African people, because he refused to allow American participation in the 2009 U.N. World Conference Against Racism, in Geneva Switzerland , because of possible condemnation of Israel for its crimes against the Palestinians and the demand for reparations by Africans for the U.S. crime of enslavement.
Obama has stepped up his war in Afghanistan by providing an additional 20,000 troops in search of the CIA trained Al Qaeda, while killing untold numbers of Afghan women, children, and babies. Obama was shooting Drone missiles into Pakistan while bribing President Zardari, which forced him to break a truce and wage a war against his own population near the Afghanistan border, in search of the Taliban. All of this is a result of U.S. international state terrorism, to satisfy the unquenchable thirst of the U.S. oil cartel. In Iraq Obama is no where near his campaign promise of pulling out U.S. troops, who are killing Iraqi’s like flies. There are hundreds of thousands that have been raped, tortured, defiled, and have lost their lives, and millions of Iraqi’s scattered throughout the Middle East as refugees.
Likewise it is clear, through Africom that Obama is planning to turn Africa into a war zone, by using international state terrorism to crush any movement by the people to take control of their resources in Africa , and distribute them equitably to the African working masses.
This is the same type of terrorism that Obama and the U.S. will bring to Ghana . By 2015, America plans on getting 50% of its oil from Africa . The Bush administration and Obama has continued his policy, which defines African oil as a “strategic national interest.” This policy has caused, among capitalists, Africa’s status to go up in U.S. national policy and military affairs. That is, the U.S. is prepared to go to war over Africa ’s resources in the interest of their national security. The inference is that taking Africa’s oil in the interest of U.S. national security is more important than Africa’s resources being used to provide food, clothing, housing, education and health care for Africa ’s own citizenry.
There are over 25 different U.S. military programs organized throughout Africa which are now combined under Africom. It is established under the Pentagon with direct access to the Secretary of Defense (Robert Gates) and Joint Chiefs of Staff (Mike Mullen), which centralizes the entire operation, but causes the militarization of Africa and as a result carries out terrorism on the continent.
The military programs that set Ghana up for Obama’s terroristic activities are:
1) Africa Contingency Operations Training and Assistance Program (ACOTA) – This is a program designed to engage in police operations against unarmed civilians and conventional military operations against the military of other countries.
2) International Military Education Training Program (IMET) – It brings Ghanaian military officers to military academies in the U.S. for training.
3) U.S.S. Fort McHenry’s Port of Call – To train Ghanaian forces in port and oil platform security.
4) Base Access Agreements for Cooperative Security Locations and Forward Operating Sites – The U.S. has gained access to Ghana ’s military bases and other facilities as operating bases for combat, surveillance and other military operations.
5) Africa Center for Strategic Studies – This indoctrinates Ghanaian military officers – It is the notorious “School of the America ’s” for Africa .
6) Foreign Military Sales Program – The U.S. government provides loans to Ghana to purchase equipment through Foreign Military Financing Program (FMF). If Ghana carries out U.S. foreign policy in the country, the U.S. waives the loan.
7) Gulf of Guinea Initiative U.S. Navy Partnership Program Security – This program trains African militaries in port and offshore oil platform security.
8) Exercise Reception Facility (ERF) – Established to facilitate troop deployments throughout the region. This facility is a direct result of the U.S./Ghana Fuel Hub Initiative. The facility is managed by the U.S. military and located at Accra Air Force Base.
The ultimate proof that Obama is bringing international state terrorism to Ghana with Africom is recorded from a Presidential Town Hall Meeting Questionnaire in October 2007. Obama said that Africom “should serve to coordinate and synchronize our military activities with our other strategic objectives in Africa .” And “there will be situations that require the United States to work with its partners in Africa to fight terrorism with LETHAL FORCE.” Obama continued by saying, “having a unified command operating in Africa will facilitate this action.” Thus Obama will not hesitate to kill, terrorize and bomb Africans in Ghana if the people rise up to take control of their resources, which will be a threat to U.S. national security interest. The Trojan horse is in place with Ghana harboring the largest U.S. embassy in Africa, and every embassy in used as a CIA headquarters to provide information to destabilize governments if they refuse to carry our U.S. foreign policy.
Ghana is indebted to the International Monetary Fund (IMF) and the World Bank (WB), which imposes austerity measures that require raising fuel cost periodically. U.S. bankers who also own most oil companies have a 35% controlling interest in these international financing agencies. The companies Mobile , Exxon, and Shell, etc., distribute the oil for fuel in Ghana . Whenever the banking industry is losing money they can easily force the increase in petrol to retain their profits. This is neo-colonialism and international state economic terrorism which is superimposed on Ghana , and explains why President Atta Mills had to raise the price of petrol as soon as he assumed the presidency. The U.S. is experiencing a banking industry crisis and is on the brink of collapse.
The U.S. also has a vested interest in the oil that was found off the coast of Ghana . Their companies Kosmos Energy and Anadarko Petroleum, along with a British company, Tullow, will be taking 90% of the profits in oil revenue. This in conjunction with the 90% profits Anglo American Gold expropriates from Ghana ’s gold mines to the U.S. These are the main reasons Obama is coming to Ghana . He is coming to oversee U.S. capitalist investments in loans, military weapon sales, oil and gold. The destruction of Ghanaian rice farmers and poultry producers, with the help of the past New Patriotic Party (NPP) regime ensures a market for American government subsidized rice growers and chicken producers. This sabotage of Ghana ’s agriculture is imperative for a failing U.S. economy riddled with unemployment, a home loan crisis that has millions of people homeless in the U.S. , and trillions of wasted taxpayer’s dollars used to bailout the U.S. collapsing private banks. Therefore, Obama’s impossible task of preventing the unavoidable collapse of America ’s capitalist economic system becomes the motive behind U.S. foreign policy. Therefore, as head of the CIA and Africom his upcoming tour is to terrorize Ghana out of its resources.
If the strangling and controlling of Ghana’s economy is not enough, forced IMF/World Bank loans, the manipulation of and training of Ghana’s Armed Forces against its own people, U.S. Navy warships off its coast, the establishment of makeshift military bases on Ghana’s soil, and the sale of military weaponry in not enough, then the looming threat of the use of nuclear weapons and weapons of mass destruction is the final component in the U.S. diabolical designed system of international state terrorism directed at intimidating Ghana out of its resources. Obama is the Commander in Chief of the U.S. world wide systematic way of terrorizing Ghana at a state level.
Ghana has never attacked another nation. There has never been a terrorist attack inside Ghana , and a terrorist attack has never been launched against another country from Ghana ’s soil. So the essential question is why is the Ghanaian military involved in so many military programs with the U.S. ? The answer is clear, Obama and the U.S. military is using state terrorism by asserting Africom’s control over Ghana’s Armed Forces against other African countries and its own people to secure America’s investments and control over Ghana’s resources.
The U.S. track record of foreign domination and neo-colonialism in Ghana , along with the CIA overthrow of our first President Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, the foremost advocate of the liberation and unification of Africa , is a clear display of international state terrorism. This was done to prevent President Nkrumah’s plan to form a continental government for Africa to control Africa ’s resources and to free African people worldwide from coming into fruition. Today Obama uses international state terrorism to intimidate the current African leader from fulfilling Nkrumah’s vision of an African Union Government. This means we should welcome Obama in the same way paid agents of the CIA welcomed President Nkrumah on February 24, 1966, when he was on a peace mission to stop the U.S. war of aggression against the Vietnamese people.
There is no way Obama’s visit can deceive those of us who have eyes and are conscious of his actual motives. Obama is a 21st century house slave[1] doing the bidding for the European White Supremacist Capitalist class of an illegal settler colonial state seeking to maintain Ghana under foreign domination. Obama is no political messiah or saint, friend of Ghana or a friend of peace. He is a warmonger and a terrorist par excellence of the highest order.
Written by Sekou Nkrumah, Chairman of the Pan African Improvement Organization. He has written two books, “Repatriation and Pan Africanism, the Suppression of Two Movements” and “Notes on White Supremacy and Capitalism.”
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
I - Pouco sabemos das ilhas de Cabo Verde
Alberga o primeiro liceu de cabo verde, grandes poetas, assim como as demais ilhas, é silenciosamente assolada pelas Seca, Isolamento e Imigração, e o seu povo, alguns, pela vontade e necessidade de sobrevivência, outros, já com o básico, apenas de ingressarem na arena do desenvolvimento nacional.
Nas magníficas e misteriosas montanhas de São Nicolau, debaixo de um sol verdadeiramente africano, ardente e arrasador, pessoas caminham longas trajectórias com a determinação de visitar familiares ou à labuta de mais um dia para o próprio sustento e substência familiar.
Localidades distantes, forçosamente construídas pelas características da ilha, isoladas, escondidas e protegidas pelas montanhas, com uma população corajosa e lutadora. Mulheres guerreiras de todas as idades, com os seus baleios e sacos na cabeça, homens brancos, olhos claros, de pele ressecada e escamada pelo sol, de idade avançada apoiados pelos seus paus, todos caminham pelas rochas lentamente até ao destino.
A realidade, São Nicolau é uma ilha de grandes montanhas e vales e mar de areia preta, característico de ilhas vulcânicas, como na ilha do Fogo. Dizem que a areia preta de São Nicolau tem um valor terapêutico, ainda muito procurado para males nos músculos e ossos. A ilha permanece, ainda, encantadora linda e natural.
Vivemos num vale que vai desembocar no mar, numa vila pequeníssima, cujas casas de uma arquitectura européia antiga e uma população muito curiosa. Na outra extremidade tens as montanhas que levam-te ao Tarrafal, localidade mais quentes e praias calmas, a Estância, Fajã, Monte Gordo, Queimadas, Hortelã, Carboerinho, Ribeira Pratas, Praia Branca, Covoada. Um dia fomos caminhar por dentro do vale em direcção à montanha, quase conseguimos tocar as nuvens, sentíamos a geada no rosto, só não prosseguimos por causa da inércia criada pela cidade e também, claro, o avançar da noite.
*
II - Pouco conhecemos de Cabo Verde
1. Pouco se sabe da ilha de São Nicolau, uma das nove ilhas, habitadas, de Cabo Verde. Com uma população reduzida e, como dito, curiosa. Uma causa da outra. O pouco número caracterizou a personalidade desta mesma população, que por sinal regista também a parte intelectual de Cabo Verde e esforça-se para perpetuar este status. Inevitavelmente interessa-se pela vida do outro, para saber seu modo de vida e divulgar entre os demais, mais eficiente que uma novela. Qualquer informação dita, directamente a uma pessoa ou captada de uma conversa entre duas pessoas a passar pelas suas estreitas ruelas, movimenta-se com mais eficiência e eficácia que qualquer outro meio de comunicação.
1. Pouco se sabe da ilha de São Nicolau, uma das nove ilhas, habitadas, de Cabo Verde. Com uma população reduzida e, como dito, curiosa. Uma causa da outra. O pouco número caracterizou a personalidade desta mesma população, que por sinal regista também a parte intelectual de Cabo Verde e esforça-se para perpetuar este status. Inevitavelmente interessa-se pela vida do outro, para saber seu modo de vida e divulgar entre os demais, mais eficiente que uma novela. Qualquer informação dita, directamente a uma pessoa ou captada de uma conversa entre duas pessoas a passar pelas suas estreitas ruelas, movimenta-se com mais eficiência e eficácia que qualquer outro meio de comunicação.
As habitações estruturadas ao longo do vale, silenciosas. Passáros, o mar, as crianças, o vento, o coqueiro, o galo, montanhas, num harmonioso SOM. Em volta, rochas exuberantes e fatais, uma as primeiras fontes de sobrevivência desta população. Por lá, na época da fome, muitas famílias, mulheres e crianças, transitaram em busca de meios de sobrevivência e muitas ceifaram.
População mista, mulheres bonitas e fogosas, homens trabalhadores e pervertidos, entre si, competem questões bairristas. Os de caleijão orgulhosos, gabam-se de bons. Os de tarrafal, considerados os mais agressivos, por causa do sol e consequentemente clima quente e os da Vila Ribeira Brava, pelo clima frio e húmido, mais pacíficas (por acaso não vos lembra a mais de 500 anos antes).
*
2. O divinal é caminhar no vale da Vila até encontrar o mar, atravessar as rochas e depois surgir uma localidade, e a CALMARIA. A ilha de São Nicolau é calma, de pouca, baixa e média, criminalidade, poucas alternativas para os que gostam de BARULHO das grandes cidades. Os únicos sons são das brincadeiras das crianças, poucos automóveis que passam de tempos em tempos, do vento, da semanal “tocatina” de músicas tradicionais na Criola ou no bar da Enacol.
Os lazeres, assistir ao lançamento de um livro publicado por um filho de terra que emigrou-se, moço, para São Vicente, a abertura de uma nova instituição bancária, o São Pedro, Pascoela, festa de baptizado e casamento, e passeios. Dizem que tem algumas discotecas, contudo, desconheço-as.
Noutro dia foi celebrada a inauguração da nova estrada Vila Ribeira Brava - Tarrafal. Conhecer a nova estrada, para aqueles que não a conheciam, é subir, contornar e descer rochas íngremes e de uma beleza espectacular. Para os de terra, lembrar os muitos acidentes e mortes.
Estórias de acidentes por aquelas estradas fazem parte do folclore da ilha. Tem um senhor que foi encontrado morto, não se sabe como, talvez esqueceu-se dos travãos, desceu do veículo e foi fazer alguma coisa na sua parte traseira, pode ser aliviar as bexigas, o veículo deslizou-se e atingiu-o, prendeu-o e arrastou até a berma da rocha. Foi encontrado desse jeito.
Nas ázaguas, as montanhas tornam-se verdejantes e húmidas de águas que deslizam em procura do mar.
Têm a presença de alguns estrangeiros, principalmente italiana, aos montes, que vem, gosta e fica, depois da vizinha cabo-verdiana que conheceu na Itália a ter convidado para conhecer o país, um arquipélago de dez ilhas, nove habitadas, com praias maravilhosas, areias terapêuticas, montanhas misteriosas, boa música, gente bonita e romarias.
*
3. São Pedro e São Pedrinho são homenageados regularmente todos os anos, com tambores, corridas de cavalos, jogos e o “kolá”. Jovens, em duas filhas, embatem-se com as coxas, homens com as pernas quase fechadas, mulheres com as suas abertas, em movimento de cópula, de vez enquanto soltam uns gritos destoantes entoando frases das quais se entendem apenas algumas palavras, obscenas.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Brevidade da vida
Senhor/a, fostes nosso refúgio de geração em geração.
Antes que se formassem as montanhas, a terra e o universo,
desde toda a eternidade, vós sois Deus.
Reduzis o homem/mulher à poeira
e dizeis: “Filhos dos homens, retornai ao pó,”
porque mil anos diante de vós,
são como o dia de ontem que já passou,
como uma só vigília da noite.
Vós os arrebatais: eles são como um sonho da manhã,
Como a erva virente,
Que viceja e floresce de manhã,
Mas que à tarde é cortada e seca.
Sim, somos consumidos pela vossa severidade,
e acabrunhados pela vossa cólera.
Colocastes diante de vós as nossas culpas,
e os nossos pecados ocultos à vista dos vossos olhos.
Diante da vossa ira, passaram todos os nossos dias;
os nossos anos dissiparam-se como um sopro.
Setenta anos é o total da nossa vida,
os mais fortes chegam aos oitenta.
A maior parte deles, são sofrimento e vaidade,
porque o tempo passa depressa e desaparecemos.
Quem avalia a força da vossa cólera,
e mede a vossa ira com o temor que vos é devido?
Ensinai-nos a bem contar os nossos dias,
para alcançarmos a sabedoria do coração.
Voltai Senhor/a – quanto tempo tardareis?
E sede propício aos vossos servos.
Cumulai-nos desde a manhã com as vossas misericórdias,
para exultarmos alegres em toda a nossa vida.
Consolai-nos tantos dias quantos nos afligistes,
Tantos anos quantos nós sofremos.
Manifestai a vossa obra aos vossos servos,
e a vossa glória aos seus filhos.
Que o beneplácito do Senhor/a, nosso/a Deus, repouse sobre nós.
Favorecei as obras das nossas mãos.
Sim, fazei prosperar o trabalho das nossas mãos.
Salmos, 89.
Antes que se formassem as montanhas, a terra e o universo,
desde toda a eternidade, vós sois Deus.
Reduzis o homem/mulher à poeira
e dizeis: “Filhos dos homens, retornai ao pó,”
porque mil anos diante de vós,
são como o dia de ontem que já passou,
como uma só vigília da noite.
Vós os arrebatais: eles são como um sonho da manhã,
Como a erva virente,
Que viceja e floresce de manhã,
Mas que à tarde é cortada e seca.
Sim, somos consumidos pela vossa severidade,
e acabrunhados pela vossa cólera.
Colocastes diante de vós as nossas culpas,
e os nossos pecados ocultos à vista dos vossos olhos.
Diante da vossa ira, passaram todos os nossos dias;
os nossos anos dissiparam-se como um sopro.
Setenta anos é o total da nossa vida,
os mais fortes chegam aos oitenta.
A maior parte deles, são sofrimento e vaidade,
porque o tempo passa depressa e desaparecemos.
Quem avalia a força da vossa cólera,
e mede a vossa ira com o temor que vos é devido?
Ensinai-nos a bem contar os nossos dias,
para alcançarmos a sabedoria do coração.
Voltai Senhor/a – quanto tempo tardareis?
E sede propício aos vossos servos.
Cumulai-nos desde a manhã com as vossas misericórdias,
para exultarmos alegres em toda a nossa vida.
Consolai-nos tantos dias quantos nos afligistes,
Tantos anos quantos nós sofremos.
Manifestai a vossa obra aos vossos servos,
e a vossa glória aos seus filhos.
Que o beneplácito do Senhor/a, nosso/a Deus, repouse sobre nós.
Favorecei as obras das nossas mãos.
Sim, fazei prosperar o trabalho das nossas mãos.
Salmos, 89.
“O fazedor de utopias”
“Se Amílcar Cabral (Abel Djassi), ao lançar o mote para a sua geração - «africanização dos espíritos» - pretendia operar uma ruptura com a sua identidade de português negro, a minha saída do contexto da lusofonia fez-me perceber que Amílcar Cabral tinha de ser desportugalizado: Amílcar Cabral foi muito mais do que um lutador antifascista. O seu nacionalismo entronca-se nas chamadas questões da raça, cujos debates se iniciam no princípio do século por intelectuais negros do Estados Unidos e Caraíbas, como William Du Bois e Marcus Garvey, e ganha legitimidade no quadro das aspirações à independência dos países do terceiro mundo”.
“O General Spínola não era o único a acreditar que um esforço puramente militar era insuficiente para decidir a guerra. Amílcar Cabral concordaria com ele; afinal, a estratégia geral do PAIGC repousava sobre este princípio. A acção guerrilheira causava certamente danos irreparavéis nas forças portuguesas, garantia a defesa das populações e a prossecução de obras sociais, mas não era, de modo algum, determinante numa vitória final.”
“Che Guevara, no seu estilo popular, chamou-lhe «morde e foge» ...”
“... Em literatura mais séria sob a designação de «resistência estabilizada».”
“Em que se envolvem grandes estratos das populações”
“situação ... estava madura para, em muito pouco tempo, «graças ao avanço da guerra de movimento, começar, dadas as condições em que nos encontramos, a ofensiva geral para acabar com a dominação portuguesa no nosso solo».”
De seguida à independência, Cabo Verde introduz a Democracia e institui-se Estado de Direito Democrático, apologista da cidadania e dos Direitos Humanos. Insere-se, desta vez voluntariamente, no tráfico do triângulo dos continentes, incorporando, realmente, a condição de excelente posição geo-estratégico. Desenvolve o turismo e com isso, principalmente, o comércio de produtos locais, artesanais, desde a música ao todo o país.
“O General Spínola não era o único a acreditar que um esforço puramente militar era insuficiente para decidir a guerra. Amílcar Cabral concordaria com ele; afinal, a estratégia geral do PAIGC repousava sobre este princípio. A acção guerrilheira causava certamente danos irreparavéis nas forças portuguesas, garantia a defesa das populações e a prossecução de obras sociais, mas não era, de modo algum, determinante numa vitória final.”
“Che Guevara, no seu estilo popular, chamou-lhe «morde e foge» ...”
“... Em literatura mais séria sob a designação de «resistência estabilizada».”
“Em que se envolvem grandes estratos das populações”
“situação ... estava madura para, em muito pouco tempo, «graças ao avanço da guerra de movimento, começar, dadas as condições em que nos encontramos, a ofensiva geral para acabar com a dominação portuguesa no nosso solo».”
Extraído de “O fazedor de Utopias”, António Tomás, e publicado por Abenaa.*
O cinco de Julho de 1975 marca o reconhecimento por Portugal (e pelos portugueses) da independência e liberdade de Cabo Verde. Aproximadamente um ano antes, mais concretamente a 26 de Agosto de 1974, foi celebrada a assinatura do Acordo de Argel, no qual Lisboa reconhece a independência da Guiné-Bissau e reafirma o direito do povo das ilhas de Cabo Verde à autodeterminação e à independência.
Em simultanêo às independências de muitos outros países do continente africano. Cabo Verde logo a primeira demonstrou-se feliz, festejando com grande alegria nos arredores da localidade de Varzea para, subitamente, sentir-se ignorante do que fazer com a independência e a liberdade.
Em simultanêo às independências de muitos outros países do continente africano. Cabo Verde logo a primeira demonstrou-se feliz, festejando com grande alegria nos arredores da localidade de Varzea para, subitamente, sentir-se ignorante do que fazer com a independência e a liberdade.
O primeiro pensamento, foi agradecer os portugueses pela independência e liberdade concedidas. Os portugueses, se tivessem agindo como alguns bons brasileiros teriam entregue ao africano à carta de alforria e recusariam o beijo nas costas da mão de agradecimento pela carta. Teriam recusado os presentes de agradecimentos. Entretanto, o que fizeram? Aceitaram os presentes e transformaram-nos em instrumentos de perpetuação do colonialismo, nesta fase denominado por Kwame Nkrumah “Neocolonialismo” (ler “O Neocolonialismo” deste líder ganês).
Neste cinco de Julho seria bom fazer-mos um relatório de balanço das transformações, mudanças acontecidas em Cabo Verde, de 1975 a 2009.
Neste cinco de Julho seria bom fazer-mos um relatório de balanço das transformações, mudanças acontecidas em Cabo Verde, de 1975 a 2009.
De seguida à independência, Cabo Verde introduz a Democracia e institui-se Estado de Direito Democrático, apologista da cidadania e dos Direitos Humanos. Insere-se, desta vez voluntariamente, no tráfico do triângulo dos continentes, incorporando, realmente, a condição de excelente posição geo-estratégico. Desenvolve o turismo e com isso, principalmente, o comércio de produtos locais, artesanais, desde a música ao todo o país.
Em 2009, Cabo Verde encontra-se, ainda, na base do após-independência, ainda a objectivar a estruturação de necessidades básicas como a água, a electricidade, as estradas, a agricultura e a pecuária, os portos. Por isso também, a nosso ver, ainda é possível dar um novo rumo à Cabo Verde para, assim, realizar os intentos de independência e liberdade de Amílcar cabral, Kwame Krumah (prosperidade), Marcus Garvey, Jomo Keniata, Nelson Madela, Zumbi, Nzinga, Gandhi ...
Amílcar cabral sempre “participou de actividades da Juventude relacionadas com a tomada de consciência da situação colonial do povo de Cabo Verde”. Mas após o seu falecimento a única coisa que até agora alcançou, por nosso contributo, é uma independência quase política. Quase, porque não a temos integralmente. Sim, porque para se falar em independência política teríamos que ter a independência econômica e a nossa economia depende majoritariamente de investimentos externos e estrangeiros e “doacções (?)”. Sem independência económica não se pode falar de independência política pois não se estará vinculada a imparcialidade, objectividade e subsequentemente a soberania.
A situação é muito sensível, pois Cabo Verde está no limiar entre necessitar das ajudas externas e desenvolvimento e de efectivamente alcançar a liberdade. No nosso entendimento É TEMPO DE REVOLUÇÃO CULTURAL (como bem disse Amílcar Cabral na liderança do PAIGC). De todos os jovens arragaçarem-se, confiantes que é preciso, ainda, continuar a Luta. E fazer mais utopias.
Abenaa
*
“A minha poesia sou eu”
*
“No fundo de mim mesmo”
“A minha poesia sou eu”
*
“No fundo de mim mesmo”
No fundo de mim mesmo
eu sinto qualquer coisa que fere minha carne,
que me dilacera e tortura ...
...qualquer coisa estranha (talvez seja ilusão),
Qualquer coisa estranha que eu tenho não sei onde,
Que faz sangrar meu corpo,
Que faz sangrar também
A Humanidade inteira!
Sangue.
Sangue escaldante pingando gota a gota
no íntimo de mim mesmo,
na taça inesgotável das minhas esperanças!
luta tremenda, esta luta do Homem:
e beberei de novo – sempre, sempre, sempre –
este sangue não sangue, que escorre do meu corpo,
este sangue invisível – que é talvez a Vida!
eu sinto qualquer coisa que fere minha carne,
que me dilacera e tortura ...
...qualquer coisa estranha (talvez seja ilusão),
Qualquer coisa estranha que eu tenho não sei onde,
Que faz sangrar meu corpo,
Que faz sangrar também
A Humanidade inteira!
Sangue.
Sangue escaldante pingando gota a gota
no íntimo de mim mesmo,
na taça inesgotável das minhas esperanças!
luta tremenda, esta luta do Homem:
e beberei de novo – sempre, sempre, sempre –
este sangue não sangue, que escorre do meu corpo,
este sangue invisível – que é talvez a Vida!
Amílcar Cabral
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