A designação remonta-nos a um dos anos de crise mais terrivéis em Cabo Verde. A última com “mortandades colectivas, restando à população o recurso à emigração”.
“A seca e a fome de 1947 foi uma das que mais marcas deixou na consciência dos cabo-verdianos, por ser a mais recente, violenta e de triste memória”. Além disso, por ser a causa determinante do Desastre de Assistência.
Para combater a crise de 1945 - 1949, o Governo Colonial decidiu mandar construir um barracão – celebremente conhecido por o barracão do Ministério da Colónia - onde se oferecia uma refeição por dia às pessoas com fome.
No dia 20 de Fevereiro de 1949, por volta das 11:30 e 12:00 hs, ouviu-se um “estrondo forte provocado pelo desmoronamento do muro sul que delimitava o quintalão das obras públicas que albergava os assistidos”.
Um alto muro, de péssima construção, desabou sobre o barracão onde 2500 pessoas recebiam refeições oferecidas pelas autoridades coloniais, vitimando 232 pessoas e 47 feridos. Mortalidade determinada não exclusivamente a crise natural, mais a inércia do Governo colonial de Salazar que recusou “a ajuda, prontificada por alguns países” já que predominavam as lutas de libertação nacional nas ex-colónias portuguesas e a independência dos Países Africanos. A Rádio Moscovo bem noticiou que “o desastre na Cidade da Praia define um Governo”.
Contudo, todos os particulares, funcionários e comerciantes, independentemente das classes sociais, cientes da carência actual de recursos humanos, dirigiram-se ao Hospital Agostino Neto para oferecer ajuda e solidariedade.
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Foi um péssimo governo!
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