segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O cabelo crespo


Há dias eu estava entre amigas e irmãs e veio-me, novamente, a problemática sobre o cabelo “crespo”. Dessa vez, se tratava de uma aluna do ensino secundário, quem recebeu um aviso da direção da escola “Amor de Deus”, onde estuda, de que tinha até segunda-feira para pentear o seu cabelo, ou seja, ir para a escola penteada, senão não poderia assistir às aulas. 
Sucede que essa aluna é apenas uma adolescente de pele negra e cabelo crespo. Segundo a mãe, uma criança que gosta muito do seu cabelo black power e passa horas se penteando ao espelho. Mas, a referida escola foi de opinião diferente, considerou que a menininha estava despenteada, por essa razão, violava o regulamento escolar e, portanto, não poderia assistir às aulas. 
Embora é de se considerar esse acto discriminatório, racista e um atentado à identidade africana, a referida escola quer apresentá-lo tão-somente como esforço de se fazer cumprir uma das regras previstas no seu regulamento interno, que como as outras, também, precisa ser respeitada. Entretanto, independentemente disso, o cerne da questão é por quê prever num regulamento interno ou uma regra escolar que a criança negra não pode ir para a escola com o cabelo crespo solto, em estilo black power. Por quê a criança africana não pode ir para a escola com o seu cabelo crespo solto?
Precisamos dar nomes às coisas...

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