segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Jomo Kenyatta, o maasai da independência de Kenia

Em Kenia, os veículos se manejam a inglesa, então até 1963 os britânicos mantiveram sua ocupação nesse país, famoso também por seus enormes parques naturais que preservam a rica fauna e flora africana. Kenia é a terra dos Maasai, rica cultura autóctone que conserva sua dignidade e essência. Kenia sujeitou-se em 1884 as garras avarentas dos impérios europeus, que depois de 300 anos de comércio com seres humanos sequestrados em África para ser escravizados, repartiram o continente africano como se de um bolo se tratasse.

Os Maasais são uma familia étnica de mais de 120 grupos. É uma cultura milenária, deslocada pelos ingleses as terras mais pobres do este de África, porém sempre conservaram seu idioma, seus costumes e sobretudo seu modo de vida colectivo, socialista. Eles se levantaram contra os invasores. Jomo Kenyatta prisioneiro pela liberdade. De família maasai, havia sido baptizado pelos cristãos com o nome de John Meter, a essa identificação renegaria para mudar pelo seu nome indígena (1938). Porque já com trinta anos, em 1922, levantava sua voz contra os abusos ingleses contra o seu grupo, os Kikuyu. A acção rebelde de Kenyatta, em todo o território Keniano, recomeça em 1952, depois de un périplo de formação por Europa e a União Soviética (1929 ? 1946), na qual estudou antropologia, arte, cinema e economia. Reinicia sua actividade política e é detido pelo governo britânico.

Se converte assim no primeiro grande líder africano a ser feito prisionero pela causa da independência, depois viriam outros como Nelson Mandela em África do Sul. Da cadeia manteria uma constante comunicação com outros líderes do panafricanismo como NKrumah de Ghana. Na prisão, Kenyatta fundou o partido União Nacional Africana de Kenia. Enquanto estava na cadeia, na sua pátria se registava uma guerra de resistência contra a ocupação inglesa, que obrigou a coroa britânica a buscar uma saída política a independência de Kenia. Oportuno será citar, o trabalho de Kenyatta durante sua juventude, na qual fundou escolas para seus compatriotas, a fim de alfabetizar e ensinar o amor pela libertade de sua pátria. Importante trabalho, porque a estratégia imperial para submeter os Povos do Sul é evitar a todo custo sua formação, sua instrucção, para com a ignorância os manter submetidos.

Prévio a entrada a cena política de Kenyata, um grupo político que utilizava qualquer forma de resistência contra a ocupação européia, tinha em alerta os britânicos, se tratava do movimento Mau Mau. O líder panafricanista sempre declarou o seu desacordo com os métodos violentos, por considerar que faziam danos a inocentes e civis. É essa uma característica dos grandes homens e mulheres com vocação de libertar: o amor a paz. Ao contrário dos impérios que se impuseram com violência, com sangre. Durante os nove anos de encarceramento se produziram constantes manifestações nacionais que exigiam a liberdade do líder. Se produziu então, algo inédito na história africana. Kenyatta foi suplicado nas primeiras eleições na Kenia pela União Nacional Africana de Kenia (KADU). Kenyatta, foi designado primeiro ministro em 1961 a estabelecer seu partido e em 1963, depois da independência, Presidente da República. Outra vitória da África revolucionária.

Por Reinaldo Bolívar
Traduzido por Abeba

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