terça-feira, 20 de janeiro de 2009

AS MORTES DE AMÍLCAR CABRAL

1. Aproximadamente três horas da madrugada Amílcar Cabral (Abel Djassi) e a mulher Ana Maria chegam no seu Volkswagen numa casa em Guiné Conacri cujo presidente, na época, era Sekou Touré. Espera-lhes, segundo a His-tória, Inocêncio Kani, um veterano da guerrilha, ex-comandante da Marinha do PAIGC e outros membros do Partido. Uma voz ordena que amarrem Djassi entretanto este RESISTE, não deixa que o atem. O comandante do assalto dispara e atinge-o no fígado. Djassi prôpos diálogo, mas a resposta foi uma rajada de metralhadora que acerta-lhe a cabeça. Teve uma morte imediata.

(...)

2. Amílcar Cabral foi sepultado em Guiné Conacri e assim desaparece, fisicamente, o considerado mais esclarecido dirigente africano da sua geração, o principal teórico da luta armada africana de libertação.

Um homem que sempre viveu em coerência com os seus ideais e líder do movimento guerrilheiro que almejava uma comunidade fraterna que floresceria — em várias ocasiões o escreveu e disse — quando os dois povos levados à guerra se libertassem do opressor comum.

Vítima dum ajuste de contas, o Abel Djassi, teve a segunda morte no golpe de Estado de Nino Vieira de 14 de Novembro de 1980 que impossibilitou o seu grande sonho de fazer da Guiné e de Cabo Verde um único país, ou, um Estado confederado, e desmembrou o PAIGC por ele fundado.

Morreu com a ostentação, a corrupção. Morreu com a miséria, a doença e a fome. Morreu quando velhos camaradas – da luta de libertação — se digladiaram numa luta fratricida infligindo à Guiné-Bissau uma destruição terrivelmente superior à provocada por onze anos de guerra.

Djassi continuará a morrer enquanto o seu povo não lhe dá o merecido respeito, honra e mérito. Enquanto as palavras de ordem não se cumprirem. Enquanto não perceber-mos o passado, não melhorar-mos o presente. Não tornar-mos a luta colectiva nem entender-mos que esta luta continua e em direcção à libertação cultural.

(Fonte: www.Google.com e Waaldé)

2 comentários:

  1. APONTAMENTOS PARA UMA BIOGRAFIA
    Cronobiografia realizada por Iva Cabral, no âmbito do Projecto de Salvaguarda do
    Património Histórico da África Contemporânea (SPHAC).

    1924
    - 12 de Setembro - Filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora, nasce, em Bafatá (Guiné-Bissau), Amílcar Cabral.

    1932
    - Muda-se, com a família, para a ilha de Santiago, Cabo Verde.

    1937/38
    - Entra para o Liceu de São Vicente
    - Escreve os primeiros cadernos de poesia. "Nos Intervalos da Arte da Minerva", "Quando Cupido Acerta no Alvo".

    1941
    - Uma imensa seca ceifa a vida de 20 mil pessoas em Cabo Verde. Amílcar Cabral decide tornar-se Engenheiro Agrónomo.
    - Fundador e Presidente da Associação Desportiva do Liceu de Cabo Verde (A.D.A.).

    1942/43
    - Participante e organizador da actividade cultural no Liceu.
    - Escreve pequenos cadernos de poesia.

    1943/44
    - Membro da Academia Cultivar, organização dos estudantes democráticos e da vanguarda da juventude literária nas ilhas de Cabo Verde. Como tal, participa nas actividades da juventude relacionadas com a tomada de consciência da situação colonial do povo de Cabo Verde.

    1944
    - Presidente da Associação dos Estudantes do Liceu de Cabo Verde.
    - Termina o Liceu com média de 17 valores.

    1944/45
    - Secretário do "Boavista Futebol Clube" de São Vicente.

    1945/46
    - Obtém a primeira bolsa de estudos do Liceu de Cabo Verde por distinção e segunda da Missão dos Estudantes do Ultramar, por concurso. Começa estudos universitários em Lisboa, no Instituto Superior de Agronomia, onde conhece a sua primeira mulher, Maria Helena de Ataíde Vilhena Rodrigues.
    - À noite, dá aulas de alfabetização a operários da zona de Alcântara.

    1946
    - Envia à revista Seara Nova o poema "A minha poesia sou eu".

    1947
    - Secretário da Direcção da Secção das Ilhas de Cabo Verde, Guiné e São Tomé da "Casa dos Estudantes do Império" (CEI). Nesse mesmo ano, o seu pai, Juvenal Cabral, publica, em edição de autor, "Memórias e Reflexões", um hino de amor aos povos irmãos da Guiné e Cabo Verde .

    1948
    - Vice-Presidente da Direcção da Secção das Ilhas de Cabo Verde, Guiné e São Tomé da "Casa dos Estudantes do Império" (CEI)

    1949
    - Presidente da Direcção da Secção das Ilhas de Cabo Verde, Guiné e São Tomé da "Casa dos Estudantes do Império" (CEI)
    - Cria, em Lisboa, com Mário Pinto de Andrade e outros africanos, a "Casa de África".
    - No Boletim de 1949 assina, com o nome de Arlindo António um texto intitulado "Hoje e Amanhã.
    - Passa as últimas férias escolares na Praia, onde dirige, na Rádio Cabo Verde, um programa cultural, que vem a ser proibido
    - Tenta iniciar uma campanha de alfabetização.
    - Dá conferências que são proibidas pelas autoridades.

    1950
    - Secretário-Geral da "Casa dos Estudantes do Império" (CEI)
    - Termina o curso de Agronomia com uma tese final sobre “A erosão dos solos agrícolas, a partir de uma investigação do conselho alentejano de Cuba.”

    1948/51
    - Presidente do Comité da Cultura "Casa dos Estudantes do Império" (CEI).
    - Co-fundador e colaborador da Revista "Mensagem", órgão dos estudantes africanos em Portugal.
    - Participa, como conferencista, no movimento africano de revisão da história do colonialismo português. Interessa-se particularmente pela revisão do papel de Honório Barreto na história da Guiné.
    - Participa activamente na luta anti-fascista em Portugal. Militante do Movimento de Unidade Democrático da Juventude (MUDJuvenil), de que se afasta por a organização não tomar posição perante o problema colonial.

    1950/51
    - Com bolsa do Ministério do Ultramar, realiza estágios como engenheiro agrónomo e
    engenheiro agrónomo colonial. É classificado com 18 valores.
    - Membro (estagiário) das Brigadas dos Solos de Santarém da Estação Agronómica Nacional (Portugal)

    1951
    - Vice Presidente da "Casa dos Estudantes do Império" (CEI).
    - Incentiva, com outros estudantes originários de África (Francisco José Tenreiro e Mário Pinto de Andrade), a criação do Centro de Estudos Africanos em Lisboa.
    - Casa, a 20 de Dezembro, com Maria Helena Vilhena Rodrigues.

    1952
    - Morte de Juvenal Cabral a 20 de Março.
    - Amílcar Cabral termina os seus estudos e começa a trabalhar na Estação Agronómica de Lisboa, onde vive, com a mulher, na Avenida Barbosa du Bocage, 90, 2º dtº.
    - Recusa um lugar de Professor Assistente.
    - Contratado pelo Ministério do Ultramar para adjunto dos serviços agrícolas e florestais, chega a 20 de Setembro a Bissau, onde sua mulher se lhe junta em Novembro. Vivem na residência do director da Granja Experimental.
    - Inicia trabalhos no Posto Agricola Experimental de Pessubé (Bissau), que vem a dirigir.

    1953
    - Dirige e efectua o Recenseamento Agrícola da Guiné-Bissau.
    - Nasce a sua primeira filha, Iva Maria.

    - 1953/1954
    - Adjunto do Chefe da Repartição Provincial dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné Portuguesa;

    1954
    Chefe substituto da Repartição Provincial dos Serviços Agrícolas e florestais da Guiné
    Portuguesa.
    - Inspector-Geral do Comércio da Guiné (por substituição).
    - Membro do Comité Executivo do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa.
    - Tentativa da criação da Associação de Desportos e Recreação, em Bissau; a Associação é proibida e Amílcar Cabral é obrigado a abandonar a Guiné.
    - Setembro - Assiste como delegado do governo português à Conferência "Arachide-Mils" em Bambey, Senegal.
    - 1 de Novembro - Início da insurreição na Argélia contra a ocupação francesa.

    1955
    - Funda o Movimento para a Independência Nacional da Guiné (MING);
    - Realiza trabalhos agronómicos em Angola.

    1955/56
    - Em Angola, organiza e dirige a Brigada de Estudos Agrológicos da Sociedade Agrícola de Cassequel (Angola)
    - Funda, com Viriato da Cruz e outros africanos, do Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUA)
    - Participa na elaboração dos documentos enviados à ONU com vista a servirem de base à discussão do caso português.

    1956
    - 19 de Setembro - Criação, em Bissau, do PAI (Partido Africano da Independência), que mais tarde vem a adoptar o nome de PAIGC, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.
    - Dezembro: Criação, em Luanda, do Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA.

    1955/60
    - Nas suas estadas em Portugal, divulga, entre os estudantes africanos, a ideia da necessidade de criar em Portugal uma organização para a luta contra o colonialismo português.
    - Funda, com Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara, Marcelino dos Santos e outros, e por inspiração do MPLA e do PAI, o Movimento pela Libertação dos Povos das Colónias Portuguesas (MLPCP).
    - Com outros camaradas, estabelece as bases para a união do MPLA com a União das
    Populações de Angola (UPA).
    - Colaborador Extraordinário da Junta de Investigação do Ultramar (Lisboa).
    - Colaborador do professor J.V. Botelho na cadeira de Conservação do Solo do Instituto
    Superior de Agronomia (Lisboa) para os estudos do solo de Angola.
    - Colaborador permanente do professor Arie L. Azevedo na cadeira de Agricultura Tropical Solo do Instituto Superior de Agronomia (Lisboa) para os estudos da tecnologia do solo em certas regiões de Angola.
    - Assistente permanente do professor C. M. Baeta Neves na cadeira de Entomologia Agrícola do Instituto Superior de Agronomia (Lisboa).
    - Membro efectivo da Sociedade de Ciências Agronómicas (Lisboa)

    1957
    - Reunião, em Paris, de consulta e estudo para o desenvolvimento da luta contra o colonialismo português.
    - 6 de Março - Independência do Ghana.

    1958/60
    - Colaborador Extraordinário (encarregado da investigação) da Direcção Geral dos Serviços Agrícolas (Lisboa).
    - Director do Gabinete de Estudos Agronómicos (Lisboa).

    1958
    - Encarregado do Estudo Agrológico das Plantações de Cafeeiros da Companhia Angolana de Agricultura. (Amboim, Angola).
    - Encarregado dos estudos preliminares dos solos da fazenda Monganhia pertencente à
    Angolana de Agricultura.
    - Assiste, como observador, à 1ª Conferência dos Povos Africanos, em Accra.
    - Criação do MAC, Movimento Anti-Colonialista, em que participam nacionalistas de Angola,
    Moçambique, Guiné, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
    - Assiste ao XXIV Congresso Luso-Espanhol para o progresso das Ciências, em Madrid.
    - 2 de Outubro - Proclamação da República da Guiné.
    - Dezembro - Preside à reunião ampliada do PAI, em Bissau, onde se decide a reorganização do

    Partido e é elaborado um plano de acção, que tem como prioritária a mobilização no campo.

    1959
    - Organizador e dirigente da Brigada dos Estudos Agrológicos da Companhia Angolana de Agricultura.
    - Preside, durante uma breve estadia em Bissau, a uma reunião para a fusão no PAI de outros movimentos anti-colonialistas, do qual resulta um só partido unificado .
    - Cria, em Dakar, o Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde (MLGCV), ligado ao PAIGC.
    - 3 de Agosto - Uma manifestação dos trabalhadores do porto de Bissau é violentamente
    reprimida pelas tropas coloniais. Cerca de 50 mortos e uma centena de feridos marcam o “massacre de Pidjiguiti “
    - Périplo pelo Congo, Ghana, Senegal e República da Guiné. Encontro com Kwane Nkrumah.
    - Participa na Conferência de Frankfurt, organizada por africanos das colónias portuguesas, para estabelecer um plano de luta comum (no exterior e interior) contra o colonialismo português
    - Participa em duas Reuniões do Comité dos Refugiados Políticos para a Libertação da África sob Dominação Portuguesa.

    1960
    - Janeiro - Cabral deixa definitivamente Lisboa.
    - Em Paris, no Hotel de la Paix, na Rua de Blainville, encontra-se com Mário de Andrade,
    Viriato da Cruz e Marcelino dos Santos.
    - 3 de Janeiro – 3.ª Reunião do Comité dos Refugiados Políticos para a Libertação da África sob Dominação Portuguesa:
    - 25 a 30 de Janeiro - Delegado à 2ª Conferência dos Povos Africanos, em Tunis , que aprova uma resolução sobre as Colónias Portuguesas. Representantes do Movimento Anti Colonialista (MAC), Abel Djassi (Amilcar Cabral), Hugo Menezes, Lúcio Lara e Viriato Cruz.; da União das Populações de Angola (UPA) , J. Gilmore (Holden Roberto).
    - Funda, com os outros delegados das colónias portuguesas nessa Conferência, a Frente
    Revolucionária Africana para a Independência Nacional das Colónias Portuguesas (FRAIN).
    - 3 Março - Faz, em Londres e na qualidade de Presidente do FRAIN, a primeira conferência, de um responsável de um movimento de libertação das colónias portuguesas.Conhece Basil Davidson.
    - Redige, em Londres, sob o pseudónimo Abel Djassi, o documento "Facts about Portuguese Colonialism".
    –Abril - A sua mulher deixa Portugal com a filha. Permanecem oito meses juntas, em casa de Mário Pinto de Andrade em Paris, na rua Flatters, 5.
    - 4 de Abril - Independência do Senegal.
    - Maio - Instalação da direcção do PAI em Conakry.
    - Reunião do MLGCV em Conacry.
    - Fundação da Escola de Quadros em Conakry.

    - O PAI adopta a designação de PAIGC.
    - Agosto - Cabral desloca-se à China (Pequim) para negociar o treino dos quadros do PAIGC na Academia Militar de Nanquim.
    - 1 de Novembro - Proclamação do Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde
    (MLGCV-Conakry). Assinado pelo Comité Director do MLGCV
    - 15 Novembro - O PAIGC dirige ao governo português um memorando em que propõe
    negociações. Salazar não responde.
    - 1 de Dezembro - O PAIGC envia ao Governo Português um Memorando assinado pelo Bureau Político, com o apoio do Comité Director do MLGCV.
    - Dezembro - Lançamento do órgão de informação do PAIGC, "Libertação".
    - A ONU considera a Guiné-Bissau como território não-autómo, contrariando as teses
    portuguesas que a designavam como “província ultramarina”.

    1961
    - Janeiro- Delegado ao Conselho de Solidariedade Afro-Asiático no Cairo
    - Início da luta armada em Angola.
    - 18 a 20 de Abril - Criação, em Casablanca ,da Confederação das Organizações Nacionalistas Portuguesas (CONCP), da qual Cabral será um dos presidentes.
    - 16 de Maio - Comunicado sobre a união do MLGCV com a Union des Ressortissants de Guiné Portugaise (URGP) e de todos os patriotas da Guiné Portuguesa e das Ilhas de Cabo Verde residentes na República da Guiné.
    - Julho - Amílcar Cabral apresenta uma comunicação nas Nações Unidas sobre a situação do seu país.
    - 12 a 15 de Julho - 1ª Conferência das Organizações Nacionalistas da Guiné "Portuguesa" e das Ilhas de Cabo Verde, em Dakar
    - 3 de Agosto - O PAIGC adopta medidas para o lançamento de acções directas
    - Setembro - Memorandum à Assembleia Geral da ONU
    - Outubro - Carta Aberta ao Governo Português.
    – 20 a 23 de Outubro - Seminário sobre os problemas das colónias portuguesas em Nova Deli.
    - Nascimento da União Geral dos Estudantes da África Negra sob Dominação Colonial
    Portuguesa (UGEAN).
    - O Brasil concede bolsas de estudo aos militantes das colónias portuguesas.
    - Leopold Senghor dá os primeiros sinais de simpatia, ao conceder asilo aos compatriotas caboverdianos e guineenses que fogem dos seus territórios.
    - Amilcar Cabral é conselheiro técnico do Ministro da Economia Rural da Guiné Conakry.
    - 20 de Dezembro – Tropas indianas entram nos territórios de Goa, Damão e Diu, pondo fim à ocupação portuguesa.

    1962
    - 15/30 de Janeiro - Revisão do Programa e dos Estatutos do PAIGC.
    - A PIDE prende Rafael Barbosa, Mamadou Turé (Momo) e Albino Sampa.

    – Junho - Petição ao Comité Especial da ONU para os territórios administrados por Portugal
    - 25 de Junho - Congresso constitutivo da FRELIMO.
    - 6 de Julho - Independência da Argélia
    - Publicação de "Guiné e Cabo Verde frente ao colonialismo português".
    - 14 Agosto - Nasce a segunda filha de Cabral, Ana Luísa.
    - 12 Novembro - Amílcar Cabral intervém na IV Comissão da Assembleia Geral da ONU.
    - Dezembro - Amílcar Cabral participa no Congresso do Partido Democrático da Guiné (PDG).
    Obtém apoio para transportar armamentos através desse país.

    1963
    - 23 de Janeiro -Início da luta armada , com o ataque ao quartel de Tite, no Sul da Guiné-
    Bissau. Enviam-se para Conakry os primeiros recrutas para serem treinados.
    - 22 de Fevereiro – Redige nova mensagem aos soldados, sargentos e oficiais portugueses que prestam serviço no exército colonial na Guiné.
    - 8 de Março - Conferência de imprensa em Paris, no “Comité de Soutien à L'Angola et aux Peuples des Colonies Portugaises”.
    - 25 de Maio - Criação da Organização da Unidade Africana (OUA).
    - Julho - Abertura da Frente Norte. Conferência dos Quadros Superiores com o objectivo de desenvolver a luta nas ilhas de Cabo Verde.
    - 7 a 20 de Julho - Reunião no bureau do PAIGC de Dakar , tendo como objectivo o estudo dos problemas do desenvolvimento da luta de libertação nacional nas ilhas de Cabo Verde
    - Agosto - 2º Congresso da UGEAN.
    - Carta para o Presidente do Comité de Libertação Africana da OUA (Dar-Es-Salam), sobre o interesse dos militantes do PAIGC na Conferência de Dakar e sobretudo no trabalho da Comissão de conciliação. O PAIGC propõe à Conferência a criação de um Museu da Libertação Africana, a instalar em Bissau após a independência e convida representantes do Comité a visitar as zonas libertadas do Norte da Guiné-Bissau
    - Dezembro - Visita do Secretário Executivo do Comité dos Nove.

    1964
    - Janeiro a Março: Batalha de Como.
    - 13 a 17 de Fevereiro - 1° Congresso do PAIGC em Cassaca, região libertada do sul do país, sob a presidência de Amílcar Cabral. Criado o Bureau Político do Comité Central do PAIGC.
    - 1 de Março - Amilcar Cabral participa em Itália num seminário organizado pelo Centro Frantz Fanon de Milão.
    - Publica uma breve análise da estrutura social da Guiné-Bissau.
    - 25 de Setembro - Proclamação pela FRELIMO da insurreição armada geral em Moçambique.
    - Novembro - Constituição das primeiras unidades do Exército Popular, organização da milícia popular e abertura da Frente Leste.
    - Dezembro - Edição do primeiro livro escolar.

    1965
    - Inauguração, em Conakry, da Escola Piloto, internato para os filhos dos combatentes e
    crianças das zonas libertadas.
    - Criação em Kiev, na URSS, de uma escola para a formação de enfermeiros do PAIGC.
    - Primeiro encontro de Amílcar Cabral com o Comandante Ernesto "Che" Guevara.
    - Agosto - Visita da primeira missão da ONU às regiões libertadas da Guiné-Bissau.
    - 3 a 6 de Outubro - Segunda conferência do CONCP em Dar es Salam.
    - Novembro - Publicação das Palavras de Ordem dirigidas aos combatentes.
    - Dezembro - Criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).

    1966
    - 3 de Janeiro: 1ª Conferência da Tricontinental em Havana.
    - Amilcar Cabral tem entrevistas com Fidel Castro em Escambray e Havana.
    - Criação da OSPAAAL (Organização de Solidariedade dos Povos da Ásia, África e América Latina) em Havana.
    - Início da ajuda cubana em assessoria militar e médica ao PAIGC.
    - O PAIGC ocupa e controla metade do território da Guiné-Bissau.
    - Maio - Amílcar Cabral casa com Ana Maria Foss de Sá.
    - Amílcar Cabral realiza uma visita à República da Argélia.
    - 19 de Dezembro - Promulgação da Lei de Justiça Militar.
    - Dezembro - Reorganização das Forças Armadas Revolucionárias Populares (FARP).

    1967
    - 16 de Julho - Início das emissões da “Rádio Libertação”, a partir de Conakry.
    - Outubro - Primeira entrega de armas à população da região de Quitafine, na Frente Sul.

    1968
    - 19 de Fevereiro - Ataque ao aeroporto de Bissalanca (a 10 km de Bissau) por um comando do Exército Popular.
    - Intervenção de Cabral perante a Comissão de Direitos Humanos da ONU sobre os crimes do colonialismo português.
    - Nomeação do general António de Spínola como Governador da Guiné-Bissau.

    1969
    - Janeiro - Participa na Conferência da Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas, no Sudão.
    - 3 de Fevereiro - Assassinato do Presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane.
    - 5 de Fevereiro - Tomada da fortificação de Madina do Boé e libertação dessa região.

    -Abril - Nova intervenção de Cabral perante a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.
    - Agosto -Rafael Barbosa é libertado pelos portugueses, depois de sete anos de prisão.
    - 19 a 24 de Outubro: Seminário de Quadros em Conakry.
    - 6 de Dezembro - nasce a terceira filha de Cabral, N’Dira Abel
    - 22 de Dezembro - Resolução 275 do Conselho de Segurança da ONU sobre as operações militares portuguesas contra a Guiné.
    - Dezembro - Lançamento, em Londres do primeiro resumo dos textos e discursos de Cabral, que ocupam umas 500 páginas.
    - O PAIGC ocupa e controla dois terços do território da Guiné-Bissau.

    1970
    - Publicação, em Paris, de um resumo do "O Poder das Armas", na editora Max Perot.
    - 20 de Fevereiro - Conferência de Cabral, sobre "Libertação Nacional e Cultura", no primeiro "In Memoriam" de Eduardo Mondlane, na Universidade de Siracusa, Estados Unidos.
    - 25 a 26 de Fevereiro - Apresentação do "Relatório da Guiné Portuguesa e do Movimento de Libertação" perante o Sub-Comité de África do Comité dos Negócios Estrangeiros dos Estados Unidos.
    - Fevereiro - Conferências na sede das Nações Unidas em Nova Iorque e em Washington, perante a Comissão de Relações Exteriores do Congresso norte-americano.
    - Abril - Cabral assiste às celebrações do Centenário do Nascimento de Lenine em Moscovo.
    - Rafael Barbosa é expulso das fileiras do PAIGC; será julgado mais tarde e condenado.
    - Maio - Reunião do Conselho de Guerra
    - Junho - Participa na Conferência de Chefes de Estado e de Governo de África, em Adis-Abeba. Cabral fala em nome do conjunto dos movimentos de libertação africanos.
    - Junho - Cabral participa, em Roma, na Conferência de Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas,
    - 1de Julho - O Papa Paulo VI recebe em audiência Amílcar Cabral (PAIGC), Agostinho Neto (MPLA) e Marcelino dos Santos (FRELIMO).
    - Outubro - Cabral recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Lincoln, Estados Unidos da América.
    - 22 de Novembro - Agressão portuguesa contra a Guiné Conakry (“Operação Mar Verde”), em que são atacadas, designadamente, as instalações do PAIGC, que rechaça os invasores. Esta invasão de território estrangeiro provoca generalizado repúdio internacional, sendo formalmente condenado pela OUA e pela ONU.

    1971
    - O General Spínola pede a Lisboa a revisão do conceito estratégico conhecido como a "missão pacificadora portuguesa" na Guiné-Bissau, de modo a poder avançar na aplicação do seu conceito “Uma Guiné Melhor”.
    - Surge a ideia da criação do Pacto de Defesa do Atlântico Sul.

    - Abril - Cabral denuncia, em Estocolmo, numa conferência de imprensa a situação de fome existente em Cabo Verde.
    - Agosto - Visita Helsínquia, Londres e Dublin, onde é recebido por altas figuras do Governo.
    - Reunião do Conselho Superior de Luta, que adopta a decisão de realizar eleições gerais para a Assembleia Nacional Popular e proclamar proximamente o novo Estado independente da Guiné-Bissau.
    - 24 de Novembro - Resolução 302 do Conselho de Segurança da ONU sobre as operações militares portuguesas contra o Senegal.
    - 6 de Dezembro - Resolução do Comité de Descolonização da ONU, apoiando a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde
    - Amílcar Cabral intervém perante a VIII Conferência dos Chefes de Estado e de Governo Africanos em Adis-Abeba.

    1972
    - Fevereiro - Perante o Conselho de Segurança da ONU, reunido na sua 163ª Sessão, em Adis-Abeba, Cabral convida a Assembleia Geral das Nações Unidas a enviar uma delegação às zonaslibertadas.
    - 4 de Fevereiro - Resolução 312 do Conselho de Segurança sobre a situação dos territórios sobadministração portuguesa.
    - 2 a 8 de Abril - Visita de um grupo de diplomatas do Comité de Descolonização da ONU aos territórios libertados.
    - Junho - Amílcar Cabral toma a palavra em nome do conjunto dos movimentos de libertação nacional africanos, no decurso da Reunião Cimeira da OUA em Rabat.
    - 3 a 7 de Julho - Texto dirigido por Cabral à reunião de peritos sobre "Raça, identidade e dignidade", celebrada em Paris, sob os auspícios da UNESCO, com o título "O papel da cultura na luta pela independência".
    - Setembro - Encabeçando uma delegação do PAIGC, Cabral visita a China, a Coreia do Norte e o Japão.
    - 3 de Outubro – Discursa perante o XXV Congresso do Partido Social-Democrata da Suécia.
    - Outubro - Na IV Comissão da Assembleia Geral das ONU, Cabral é o primeiro representante de um povo em luta que toma a palavra na qualidade de observador nas Nações Unidas.
    Resolução do Conselho de Segurança que consagra o reconhecimento do PAIGC como o representante legítimo do povo guineense.
    - Agosto a Outubro - Eleições nas regiões libertadas dos Conselhos Regionais, que constituirão a Assembleia Nacional Popular.
    - 22 de Novembro - Em alocução radiofónica, o general Spínola reconhece que as zonas que o seu exército controla já não são seguras.
    - Dezembro - Resolução 322 do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação dos
    territórios sob administração portuguesa.
    - Cabral assiste aos festejos pelo 50° Aniversário da criação da URSS.
    - 24 Dezembro - A Academia das Ciências da URSS confere-lhe o título de Doutor Honoris Causa em Ciência Políticas e Sociais.

    1973
    - 20 de Janeiro - Amílcar Cabral é assassinado em Conakry.
    - Janeiro / Fevereiro - Trabalhos da Comissão Internacional criada por Sekou Touré para a investigação do assassínio.
    - 7 a 9 de Fevereiro - O Partido lança a ordem de acção generalizada em todas as frentes.
    - Março - Entrega dos prisioneiros envolvidos no assassínio de Amílcar Cabral ao PAIGC e transferência dos mesmos para o interior da Guiné-Bissau.
    - 25 de Maio - Operação "Abel Djassi" que culmina com a tomada do acampamento de Guiledje.
    - 18 a 22 de Julho - II Congresso do PAIGC nas regiões libertadas do Leste. Aristides Pereira é eleito por unanimidade Secretário-Geral. O Congresso procede igualmente à eleição do Secretariado Permanente, que fica constituído por Luiz Cabral, Francisco Mendes (Chico Té) e João Bernardo Vieira (Nino).
    - 23 a 24 de Setembro - Reunião da primeira Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau na região libertada de Madina de Boé, que aprova a Constituição e elege o Conselho de Estado, a que preside Luiz Cabral.
    - 24 de Setembro - Proclamação do Estado da Guiné-Bissau.
    - 3 de Novembro - A Assembleia Geral da ONU reconhece a independência da Guiné-Bissau.

    1974
    - 25 de Abril – Golpe de estado militar em Portugal.
    - 6 a 17 de Maio - Encontro de Aristides Pereira, Secretário-Geral do PAIGC com Mário Soares, Ministro Português dos Negócios Estrangeiros, em Dakar.
    - 25 a 31 de Maio - Início de conversações em Londres, entre Pedro Pires, Comissário-Adjunto das Forças Armadas e Mário Soares.
    - 13 a 14 de Junho - Primeiras negociações em Argel.
    - 9 de Agosto - Reinicio das negociações (secretas) em Argel.
    - 23 de Agosto - Última fase das negociações em Argel.
    - 26 de Agosto - Assinatura do Acordo de Argel, no qual Lisboa reconhece a independência da Guiné-Bissau e reafirma o direito do povo das ilhas de Cabo Verde à autodeterminação e à independência.
    - 10 de Setembro - Reconhecimento por Portugal da independência da Guiné-Bissau.

    1975
    - 5 Julho - Independência de Cabo Verde.

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  2. Es ta flama Cabral morri, mas pa mi Amilcar Cabral sta sempri vivu 365 dias... el é um profeta ki bem pa liberta se povo di opressores... sima Judas trai Jesus é si ki Judas trai Cabral... por isso ki nu tem ki ta continua ku luta.
    Cabral fla "Criança é Flor de Revolução" é por isso ki nu tem ki nxina nos crianças acerca di nos raiz, acerca di nos identidadi, acerca di nos Historia, principalmente nxina crianças ma nos é AFRICANO.

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