Hoje, 25 de Maio de 2010, designado pela então Organização da Unidade Africana, actualmente União Africana, em 1963, o dia da liberação africana, foi ressaltado as atribuições de cada país africano que deveriam ser realizadas rapidamente de forma a pôr fim ao colonialismo e racismo. Líderes de países africanos conscientes do domínio económico, político e social, exercido sobretudo pelos europeus, em conformidade de sentimentos, opiniões e objectivos a alcançar, almejaram conjuntamente a liberdade do continente africano.
Unidade que ainda hoje é concebida e reclamada por todos os africanos (no continente ou na diáspora). Evidentemente que refiro particularmente àqueles africanos conscientes da sua identidade africana e, consequentemente, continuamente construtores da sua personalidade africana; cientes da condição da África antes da chegada dos assírios, persas, gregos, romanos, arábes e europeus, e da conjuntura actual de permanente planejada deterioração mental dos africanos (Maafa); convictos da necessidade de continuação da luta pela libertação cultural/mental, económica e política do nosso continente e da importância da Unidade como única via eficaz para alcançar este objectivo.
Todo africano/a que queira participar positivamente nesta luta, é fundamental interiorizar, ao mesmo tempo exteriorizar, a Un-Idade. Sem ela nem precisamos iniciar a luta, se é que podemos falar deste tipo de luta sem a Unidade. Primeiro, há que se organizar a unidade individual (mente, corpo e espírito), depois a unidade colectiva. Cada um deve estar em conformidade consigo mesmo e com todo o Universo para viver, de forma harmoniosa e equilibrada, no mundo actual. O africano, especificamente, necessita da Unidade (individual e colectiva), além disso, para resgatar a sua liberdade e dignidade. Segundo Sua Majestade Imperador Haile Selassie I, infra referenciado « Nossa liberdade é desprovida de significação a não ser que todos africanos sejam livres ». Para isso, nós os africanos carecemos de Un-Idade.
Irmã Tasha já tinha dito no seu artigo publicado numa revista “Rasta-centrada”: “Individuality is a Given, But Unity is a Must”. Uma luta individual só terá significação se for feita de forma favorável à uma realização colectiva.
Todos os anos publicamos mais um artigo sobre 25 de Maio, não com o intento de integrar o ambiente sistemático que é criado neste dia (sabemos bem por quem), porém, aproveitando o momento, para frisar resumidamente valores e princípios humanos básicos à efectiva evolução humana, recorrer ao passado para melhor guiar o futuro e reflectir o significado e real alcance da liberação africana.
Quarenta e sete (47) anos se passaram, a luta pela Un-Idade continua.
UMOJA.
Por Abeba
*
Sua Magestade Imperial, Imperador Haile Selassie I, fala sobre Unidade Africana.
«A Organização da Unidade Africana é uma organização que o povo do nosso vasto continente estabeleceu a fim de performar certas tarefas específicas.
Resumidamente, a organização é instituída com o propósito de proteger, de melhor forma, a independência dos estados africanos. Também significou para acelerar o progresso económico e social através da cooperação de povos africanos. Também teve uma importante tarefa de assistir na manutenção da paz e segurança internacional. Nós sabemos que unidade pode ser, e tem sido alcançado entre homens das mais diferentes origens. Essa diferença de raça, de religião, de cultura, de tradição, não é um obstáculo intransponível para a vinda juntos de povos.
Nós erguemos hoje no palco dos assuntos mundiais, antes da audiência da opinião mundial. Nós viemos juntos para reclamar nosso papel na direcção dos assuntos mundiais e para lançar nosso compromisso com o grande continente do qual 250 milhões de pessoas nós lideramos. África está hoje no meio da carreira – em transicção da África de ontem para a África de Amanhã. Precisamente como estamos neste lugar, movemos do passado para o futuro. A tarefa pelo qual nós temos embarcado, a construção de África, não irá esperar. Nós precisamos agir para definir e moldar o futuro e deixar nossa impressão em acontecimentos quando eles passam para a história. Nós pretendemos neste encontro determinar para onde estamos indo e traçar o curso do nosso destino. Isto não é menos importante que nós conheçamos donde viemos. A consciência do nosso passado é essencial para o estabelecimento de nossa personalidade e nossa identidade enquanto africanos.
Há aqueles quem protestam que Unidade Africana é impossível, que a força que nos puxa, alguns nessa direcção, outros naquela, é muito forte para ser vencida. Ao nosso redor não há carência de dúvidas e pessimismo, nem falta de criticos e crítica. Estes discursos de África, do futuro de África e sua posição no século 20, em pedra sepulcral. Eles dirigem discórdia e desintegração entre africanos e brigas mortíferas e caos sobre o nosso continente. Deixem-nos confundi-los e por nossas acções, dispersá-los em confusão. Há outros cujas esperanças para África são resplandescentes, que mantém com a cara erguida em maravilha e temor na criação de uma nova e feliz vida, que têm dedicado a si mesmos para esta realização e são estimulados pelo exemplo de seus irmãos a quem eles devem as realizações do passado africano. Deixem-nos recompensar sua confiança e mérito confirmação deles ...
Nossa liberdade é desprovida de significação a não ser que todos africanos sejam livres.»
Extracto de discurso publicado em: “My life and Ethiopia´s Progress”, Vol. 2, por Haile Selassie I (Research Associates School Times Publications/Frontline Distribution International, 1997).
Traduzido por Abeba